Em sessão do Conselho Universitário (CONSUN) da UFRGS, nesta sexta-feira (1º), foi aprovado parecer da Comissão Especial que indica a destituição da gestão interventora na universidade. Com 60 votos favoráveis, dois contrários e três abstenções, o CONSUN aprovou a destituição de Carlos Bulhões e Patrícia Pranke, nomeados pelo governo Bolsonaro à revelia dos resultados definidos democraticamente na consulta e na lista tríplice encaminhada ao Ministério da Educação – MEC. Agora, caberá ao MEC acatar a decisão do CONSUN e dar seguimento ao ato de destituição do reitor e da vice-reitora.
A deliberação ocorreu em função de sucessivas medidas autoritárias que vêm sendo praticadas desde a posse, em setembro de 2020. Além da destituição, o parecer da Comissão Especial Paritária do CONSUN sugere, ainda, encaminhamento de denúncia sobre possíveis irregularidades da gestão ao Ministério Público Federal (MPF). Esta não foi a primeira deliberação do CONSUN a respeito da destituição de Bulhões e Pranke. Em 2021, eles tiveram recomendação de impedimento aprovada pelo CONSUN, mas arquivada pelo MEC. Contudo, o parecer atual conseguiu reunir muito mais provas sobre as irregularidades.
– Foram inúmeras as irregularidades e uma sucessão de atitudes desrespeitosas e autoritárias da administração central com docentes, técnicos administrativos e discentes da Universidade neste período. Para quem ficou em último lugar na consulta da comunidade acadêmica e teve sua nomeação feita por Bolsonaro, através da indicação do deputado Bibo Nunes, chega a ser natural e esperado que a gestão fosse catastrófica como ocorreu. Tem um recado aqui: a democracia e a autonomia universitária devem ser respeitadas! – destacou Thiago Schneider, advogado da RCSM Advocacia, responsável pela assessoria jurídica do ANDES/UFRGS.
Texto: Assessoria de Imprensa RCSM Advocacia, com informações do ANDES/UFRGS
Foto: Ramon Moser/UFRGS/Arquivo