Advogada da RCSM fala sobre trabalho voluntário para mulheres vítimas de violência

Luísa Gomes Rosa faz parte da GRITAM – Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Assessoria Jurídica para Mulheres da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Desde o começo de 2020 pelo menos 36 mulheres perderam a vida vítimas de feminicídio no Rio Grande do Sul. Somente em abril foram dez os casos de assassinato motivados pela condição de gênero, quase o dobro do que os seis somados no mesmo período do ano passado. Os registros de ameaça e lesão corporal, juntos, já somam cerca de 20 mil boletins de ocorrência.

Para evitar que este tipo de crime siga crescendo, diversos projetos sociais buscam dar suporte e orientar mulheres vítimas de seus parceiros. Tendo as redes sociais como nova ferramenta, profissionais de diferentes áreas, voluntariamente, vem dedicando seu tempo para dar suporte a essa parcela da população. A advogada Luísa Gomes Rosa, sócia do escritório RCSM Advocacia, faz parte desta luta. 

Luísa atua junto à GRITAM, Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Assessoria Jurídica para Mulheres da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O coletivo está sob o guarda-chuva do SAJU, o Serviço de Assessoria Jurídica Universitária da instituição. De forma totalmente gratuita, a população encontra nos grupos do serviço apoio para diferentes demandas jurídicas – entre elas a violência doméstica.

Como surge o GRITAM?

Em uma Live com a ativista Michele Pascal, no Instagram, Luísa explicou como nasceu e como funciona o grupo dedicado às demandas jurídicas das mulheres vítimas de violência. A advogada conta que a GRITAM é fruto de um período de imersão e estudo dos casos relacionados à violência doméstica que chegavam até o SAJU. A partir da percepção de que era necessário um núcleo próprio para tratar da questão, desde 2016, o grupo passa a dar conta dessa parcela de trabalho

“Estamos aqui para dar suporte às mulheres tanto no viés do Direito como no encaminhamento para outras demandas, a exemplo de saúde física e psicológica”, pontuou Luísa. O projeto também está apto a dar assessoria para questões relacionadas a divórcio e guarda dos filhos e, sempre que possível, os encaminhamentos para outras áreas são feitos junto a serviços igualmente gratuitos.

Covid-19 e atenção à mulher vítima

Antes da pandemia de Covid-19, os encontros da GRITAM se davam aos sábados pela manhã, presencialmente. Agora, o suporte ocorre através de telefone, e-mail ou videoconferência: “como a mulher se sentir mais confortável”, diz a advogada. Luísa explica que, conforme necessário, os atendimentos podem ocorrer em horários flexibilizados: “abrimos exceções, pois sabemos o quanto o final de semana é complicado para as mulheres vítimas de violência”, disse.

Novas aliadas: as redes sociais

O momento é de reinvenção, e as redes sociais se mostram um forte aliado na luta contra a violência doméstica. Investindo em campanhas e divulgações on-line, a ideia é levar informação e apoio através da internet para as vítimas desse tipo de crime. “Estamos investindo nosso tempo em campanhas de conscientização através das nossas redes sociais, deixando bem claro para a população que em briga de marido e mulher se mete a colher sim”, disse Luísa, acrescentando que “o que vem pra ficar é uma consciência maior da sociedade sobre o assunto”.

Onde encontrar a GRITAM

Nas redes sociais, você encontra o Serviço através do @gritamsaju no Instagram.

Conhece alguma mulher vítima de violência? Não hesite: disque 180

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